PRINCÍPIO DIA-ANO
Uma Hermenêutica Nula

A questão acerca da procura por uma data para o cumprimento de uma expectativa tem desencaminhado muitos, levando pessoas ao prejuízo espiritual, moral e financeiro. A afirmação de ter ou estar sob a orientação do espírito do Santo [ruach HaKodesh] significa infalibilidade. Há na Bíblia critérios válidos para se chegar ao convencimento se a pessoa física ou jurídica, de fato, está, ou não, na função de representante do Excelentíssimo Soberano Senhor Elohim (Deus) Jehovah. Veja alguns exemplos de critérios bíblicos a seguir: Isaías 55: 11 assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei. Números 23: 19 Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido, não o fará? Bíblia de Estudo Almeida Revista e Atualizada (RA). At 1:7) Ele lhes afirmou: “Não vos compete saber as épocas ou as datas que o Pai estabeleceu por sua exclusiva autoridade. BÍBLIA SAGRADA VERSÃO: KING JAMES ATUALIZADA (KJA). Dessarte, ficará evidente que tão somente o Todo-Poderoso Elohim tem o poder para controlar o tempo e as épocas. E que, de fato, à parte Dele tudo é nulo.
Pessoas físicas e/ou jurídicas têm se apresentado ao público como iluminadas pelo espírito do Santo Jehovah, assumindo o risco do cometimento de fraudes. Na questão da projeção de datas está em uso o chamado “princípio dia-ano”. Tal uso é atribuído a um apoderamento indevido de: Números 14: 34 Explorastes a terra durante quarenta dias. A cada dia corresponde um ano: por quarenta anos levareis o peso de vossas faltas e sabereis o que é o fato de me abandonardes. Ezequiel 4:6 Ao terminá-los, tornarás a deitar-te, mas agora sobre o lado direito, levando a culpa da casa de Judá por quarenta dias, como te indiquei, isto é, um dia para cada ano. A Bíblia de Jerusalém. A aplicação das palavras bíblicas sobreditas, em outros assuntos significa extravasar-se da História, assumindo o risco de cometimento de fraude. Tal método hermenêutico tem sua origem em rabinos, e passou a ser usado desde a Idade Média. Essa metodologia foi absorvida por muitos expositores no século Dezenove, especialmente pelo movimento Segundo Adventistas, do qual C.T. Russell adotou o “princípio dia-ano” para elaborar a projeção de suas datas e outros artigos.
Em 1823, John Aquila Brown publicou em The Even-Tide [O Anoitecer] que os “sete tempos” de Daniel 4 eram um período profético de 2.520 anos, a serem contados desde o início do reinado de Nabucodonosor em 604 A.C. até 1917 D.C. Ele não igualou isso com o fim dos Tempos dos Gentios.
Na década de 1830, um fazendeiro americano chamado William Miller alegou que várias profecias se concluiriam em 1843, e assim chegou à conclusão de que os “sete tempos” de Daniel 4 também haveria de terminar em 1843. Para tanto, ele afirmou que os sete tempos começaram quando Manassés foi levado cativo para Babilônia em 677 A.C. Isto significaria o ‘tempo do fim’, a destruição de Babilônia e o momento em que os mortos seriam ressuscitados. Apollos Hale e Sylvester Bliss corrigiram essa data removendo o ano zero que Miller havia usado no cálculo, adiantando o tempo do fim para o ano de 1844. Por sugestão de Miller, Samuel Snow calculou que o fim chegaria em 22 de outubro. Isto seria para corresponder com o décimo dia do sétimo mês judaico, o Dia da Expiação para o ano de 1844. Em vez de usar o calendário judaico atual, ele usou um calendário mais antigo inventado pelos judeus caraítas. As Testemunhas de Jeová ainda usam até hoje o calendário caraíta em seus cálculos, inclusive para a data da sua celebração anual da morte de Cristo. Em 1840, John Dowling previu que a profecia de Miller para o ano de 1843 não se cumpriria. A seguinte citação do artigo de Dowling, An Exposition of the Prophecies, Supposed by William Miller to Predict the Second Coming of Christ, in 1843 [Uma Exposição das Profecias, que William Miller Supõe Predizer a Segunda Vinda de Cristo, em 1843], aplica-se igualmente à liderança das Testemunhas de Jeová. Quando 1844 provou ser uma falsa profecia, isso foi reformulado pelos Segundo Adventistas, como Barbour. A data inicial foi movida para 606 A.C., baseando-se numa data incorreta para a destruição de Jerusalém, com o término previsto para 1914 D.C. O desenvolvimento histórico da interpretação dos “tempos determinados das nações” (607 AC – 1914)
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À base daquela hermenêutica, foram marcadas datas para exempli gratia, a presença invisível do Messias, o estabelecimento do governo deste, o início do milênio, o fim dos tempos dos gentios. Algumas datas foram 1844, 1877, 1914 e 1975. A cada data apagada, troca-se a lâmpada que fora posta como iluminação progressiva. A cada fracasso, faz-se novo cálculo cujo resultado é uma nova datação. Entretanto, os efeitos permanecem, pois tal método deixa a “luz” opaca sob a ação de um dímer cujo controle se faz por uma mão invisível, que não é a do Eterno e nem do Messias ou Cristo, com vênia. A cada dano, justifica-se com novas esperanças e bençãos futuras. A cada incumprimento surgem novas explicações enganosas. Assim as pessoas ficam detidas sob o controle de uma associação de testemunhas.
Raramente uma única data desempenhou um papel tão penetrante e definido na teologia de uma religião como a data focalizada por esta interpretação: a data 1914. Mas há uma data por trás desta, sem o apoio da qual 1914 perde todo o significado que lhe é atribuído. Essa data anterior é 607 A.E.C. e é na associação que a religião das Testemunhas faz dessa data com um evento específico — a destruição de Jerusalém por Babilônia — que está o ponto crucial da questão. OS TEMPOS DOS GENTIOS RECONSIDERADOS, Carl Olof Jonsson – página v§3. Quando ensinaram que o fim do atual sistema de coisas viria em 1914, depois em 1918-20, depois em 1925, depois por volta de 1941- 42, e depois novamente em 1975, estavam “esperando em Jeová”? página 17§4 13 Está Próximo o Tempo (= Vol. 2 da série Estudos das Escrituras, publicado em inglês em 1889), págs. 76-78; O Mistério Consumado (= Vol. 7 de Estudos das Escrituras, publicado em inglês em 1917), págs. 129, 178, 258, 404, 542; Milhões Que Agora Vivem Jamais Morrerão (1923), págs. 52, 53 (edição portuguesa) ou págs. 110-112 (edição brasileira); A Sentinela (em inglês) de 9 de setembro de 1941, pág. 288; Despertai! de 22 de abril de 1967, pág. 20; A Sentinela de 1º de novembro de 1968, págs. 659 e 660. Página 17, rodapé.
OS TEMPOS DOS GENTIOS RECONSIDERADOS, Carl Olof Jonsson Disponível em: https://iepaz.org.br
Isto posto, com vênia, cumpre-me asseverar que tal método é tipificado como fraudulento. Associar uma fraude ao Excelentíssimo Soberano Senhor Elohim (Deus) Jehovah, é, desde o Éden, o modus operandi do Querubim Adversário. O Eterno não usa o Seu espírito para produzir dolos. Esta fórmula não está validada pelo Eterno. A elaboração de datas para um evento futuro tem como meta aprisionar consciências, leigas e inocentes, para que se planeje e trabalhe para o movimento ou entidade jurídica. Há, pois, ilicitudes nessas datações. Há responsabilização.
A História reúne vários documentos, que pelos quais se pode chegar a uma conclusão exata e fatual. Entre os relatos históricos é mister confrontar as narrativas acerca de datas. Tem-se como exata para a conquista de Ciro sobre Babilônia a data de 539 antes da era comum. Essa data, pois, é uma data fundamental para se voltar ao passado, estar no presente e ir ao futuro. Na história babilônica há outra data, a saber, a que marcou a desolação de Jerusalém com o seu templo, cujo historiador sacerdote Berossos a fixou em 587/586 antes da era comum. Todas as datas citadas neste parágrafo não divergem da previsão dos 70 anos estabelecida pelo profeta Jeremias. O que significa dizer, que qualquer outra data apontada para os relatos históricos encimados está errada. Portanto, tem-se que tomar o máximo de cuidado com movimentos e entidades jurídicas que afirmam, publicamente, ser profeta e com a capacidade de projetar datas escatológicas ou para qualquer outro evento bíblico futuro. Se houvesse honestidade, haveria o reconhecimento humilde do engano. Não procedendo de modo idôneo, revela-se que as projeções têm sido propositais para o cometimento de ilícitos vários. Há, pois, ato ilícito continuado. A preocupação não está para com a verdade, mas para com o efeito que o dolo possa produzir. A consequência tem sido o aprisionamento de consciências a uma fraude. Tem havido perdas e danos vários pelo depósito de crédito àquela editora que usa o Nome do Eterno, para se apresentar ao público como a única habilitada representante de Deus na terra.
De acordo com Jeremias 25:10 ao 12, a declaração exata destina-se ao conteúdo restrito, qual seja, contra esta terra (Judá) e contra todas estas nações ao redor Jehovah [יהרה] traria uma devastação. Com vênia, o conectivo [e] junta no igual rol profético Judá e as nações ao redor. As nações e Judá terão de [servir] ao rei de Babilônia por “setenta anos” (...) cumprindo setenta anos ajustarei contas com o rei de Babilônia. O vocábulo servir, servir como vassalo conforme o costume da época, é diferente de desolação e de exílio. De notar-se que Judá tão somente após as suas revoltas, é que sofreu o destino da destruição. A data histórica correta para o evento da destruição é 586/587 a.C. (ao invés de 607 a.C.).
Em Jeremias 27:17 há uma advertência acerca do posicionamento rebelde à vassalagem (servidão), cujo resultado é óbvio, qual seja, a destruição. De notar-se, pois, que Jeremias 18 anos antes, no 4º ano de Jeoiaquim, no 1º ano de Nabucodonosor, promulgou acerca da importância de servir ao rei de Babilônia. A servidão profética está iniciada em 605 a.C. com o evento da Batalha de Carquemis [Jeremias 46:2]. Portanto, o jugo na ocasião da advertência encimada já estava posto sobre as nações e Judá. Jeremias 29:10 mantém a historicidade para o início da contagem dos “setenta anos” a um período temporal antecedente à destruição de Jerusalém. Jeremias 27:7, 8 e 11. Babilônia deixou de ser potência mundial na data de 539 a.C.; estando, pois, a atenção profética dos “setenta anos” sobre Babilônia com o seu período de exercício ao invés da atenção ser para Jerusalém. Naquela data houve o ajuste de contas profético.
Ad conclusam, a defesa da cronologia, por testemunhas, acerca da fundamentação de uma data para marcar um período futuro após o nascimento do Messias, exempli gratia, a terminação do sistema instaurado no Éden contra a soberania de o Deus Único ,ou, para apoiar uma designação exclusiva e absoluta, com vênia, não tem nenhum respaldo histórico ou bíblico. O uso de tal cronologia é um gravíssimo engano, levou muitas pessoas honestas e sinceras à crença fictícia, mantendo muitas consciências em erro, e, manipuladas. Em consequência desse engano, muitos sofrem prejuízos materiais e emocionais vários. Há responsabilização pelo dolo provocado intencional e reiteradamente.
Portanto, há evidências documentadas para a comprovação, em juízo, de que a associação das testemunhas tem, por longas décadas, reiterado o cometimento de fraude escatológica por meio de sua metodologia hermenêutica. Não há escusas porquanto há demonstração evidente de: i) Não havendo o acontecimento do evento publicado desde a(s) primeira(s) projeção(s), dever-se-ia ter abandonado tal metodologia imediatamente; ii) A associação foi devidamente notificada, por carta, por um membro, qual seja, Carl Olof Jonsson, acerca do engano, dela, naquela datação de 607 a.C. para a conquista de Babilônia sobre Jerusalém. Uma razão óbvia para não se desdizer, é porque ficaria claríssimo que seus líderes (não são,) na verdade, um corpo designado pelo Eterno para administrar os Seus bens, na terra ou no céu. Uma outra prova de sua farsa está documentada na Bíblia, onde a referência para a composição de um reino de sacerdotes restringe-se tão somente aos filhos naturais de Israel (Êxodo 19:5 e 6; Apocalipse ou Revelação 7:4).
At.te
Apocalypsis 18:4 Et audivi aliam vocem de cælo, dicentem : Exite de illa populus meus : ut ne participes sitis delictorum ejus, et de plagis ejus non accipiatis. BIBLIA SACRA JUXTA VULGATAM CLEMENTINAM EDITIO ELECTRONICA PLURIMIS CONSULTIS EDITIONIBUS DILIGENTER PRÆPARATA A MICHAELE TVVEEDALE
ΑΠΟΚΑΛΥΨΙΣ 18: 4 τῆς ἐπλούτησαν. καὶ ἤκουσα ἄλλην ϕωνὴν ἐκ τοῦ οὐρανοῦ λέγουσαν ἐξέλθετε ἐξ αὐτῆς ὁ λαός µου ἵνα µὴ συγκοινωνήσητε ταῖς ἁµαρτίαις αὐτῆς καὶ ἵνα µὴ The Greek New Testament Stephanus 1550 Textus Receptus With Textual Variants
Revelação 18:4 E ouvi outra voz saída do céu dizer: Saí dela, povo meu, se não quiserdes compartilhar com ela nos seus pecados e se não quiserdes receber parte de suas pragas. Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas
WEYNE, Monique Webler. Orientadora: Profª. Drª. Maria de Lourdes Corrêa Lima A INVESTIDA DE NABUCODONOSOR CONTRA JUDÁ: APROXIMAÇÃO E CONFLITOS DOS DADOS BÍBLICOS E EXTRA-BÍBLICOS. Disponível em: https://www..puc-rio.br/. Acesso em:14 de jan. de 2023.
REDE, Marcelo. Arquivo Maaravi – Revista Digital de Estudos Judaicos da UFMG, ISSN:1982-3053. Disponível em https://www.periodicos.letras.ufmg.br/. Acesso em: 14 de jan. de 2023.
JONSSON, Carl Olof. Os Tempos dos Gentios Reconsiderados - A Cronologia e a Volta de Cristo. Baseada na Quarta Edição Revisada e Ampliada, em inglês. © 2004 Commentary Press, Atlanta, Geórgia – EUA. Disponível em: https://www.iepaz.org.br/. Acesso em: 2 de jan. de 2023.